12/12/2023 - Notícia - Segunda
parcela do décimo terceiro deve injetar R$ 106 bi na economia
Compras no comércio devem voltar a predominar
nos gastos, seguidas da quitação e do abatimento das dívidas, de acordo com
estudo da CNC.
Estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC)
aponta que, no fim deste ano, o pagamento do décimo terceiro salário terá
totalizado R$ 267,6 bilhões. O montante é 6,2% maior do que os R$ 251,9 bilhões
pagos ao longo do ano passado, já descontada a inflação. Considerando a
primeira parcela do benefício, paga aos 89,8 milhões de beneficiários até 20 de
novembro, e os descontos incidentes sobre o décimo terceiro salário, a segunda
parcela deve injetar R$ 106,29 bilhões na economia.
O valor médio do benefício equivale a R$ 2.980, revelando, portanto, avanço
real em relação aos R$ 2.882 pagos em 2022.
Após dois anos de direcionamento predominante para o pagamento de dívidas, em
2023, os gastos no comércio (R$ 37,35 bilhões) deverão voltar a liderar a
intenção de alocação dos recursos oriundos da segunda parcela do décimo
terceiro salário. A quitação e o abatimento das dívidas deverão consumir 34%
dos recursos (R$ 35,97 bilhões), seguidos por gastos no setor de serviços (R$
20,31 bilhões) e poupança (R$ 12,66 bilhões).
“Ao contrário dos dois últimos anos, o não predomínio de gastos na quitação ou
abatimento de dívidas se justifica diante da inflexão na taxa de juros ao
consumidor e do comprometimento médio da renda familiar. Embora o grau de
comprometimento da renda médio dos brasileiros permaneça acima de 30% desde
setembro de 2021, já há evidências de recuo desse indicador, de acordo com
dados do Banco Central”, destaca a confederação. Entre setembro de 2022 e o
mesmo mês deste ano, houve recuo de 31,4% para 30,3%. A CNC estima que, em
dezembro de 2023, esse indicador se situará em 30,1%.
Para a CNC, esse comportamento deriva da expansão da renda e do emprego ao
longo do ano, bem como do recuo da taxa média de juros nas operações envolvendo
pessoas físicas. Segundo a própria autoridade monetária, em setembro de 2023, o
custo do crédito se situava em 57,3%, indicando tendência de declínio ante o
pico alcançado em maio deste ano (59,7% ao ano).
O maior montante da segunda parcela do décimo terceiro salário, em relação ao
ano passado, se deve ao aumento do nível de ocupação no mercado de trabalho. De
acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), nos
12 últimos meses encerrados no terceiro trimestre deste ano, o contingente de
trabalhadores com carteira assinada no setor privado cresceu 2,3%, com a
geração de 1,14 milhão de novas vagas.
Os trabalhadores na ativa respondem por 57% (50,9 milhões de beneficiários),
enquanto, aposentados e pensionistas totalizam 38,9 milhões, sendo o valor
médio mais elevado aquele pago aos aposentados e pensionistas do regime próprio
da Previdência Social (R$ 6.031) e o menor aos trabalhadores domésticos (R$
1.706).
Para o comércio, a concentração da segunda parcela do décimo terceiro no mês de
dezembro representa o período de maior aquecimento das vendas. Historicamente,
a chegada do último mês do ano coincide com um avanço médio de 25% nas vendas,
sendo seu impacto ainda mais significativo em segmentos como vestuário e
calçados (80%), livrarias e papelarias (50%) e lojas de utilidades domésticas
(33%).
No comércio varejista, os segmentos mais impactados pela injeção da segunda
parcela do décimo terceiro salário devem ser os hiper e supermercados (R$ 17,15
bilhões), o ramo de combustíveis e lubrificantes (R$ 6,13 bilhões), lojas de
vestuário e calçados (R$ 4,47 bilhões) e produtos de farmácia, perfumaria e
cosméticos (R$ 3,86 bilhões).
Edição: Juliana Andrade
Fonte: Portal Agência Brasil ( https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2023-12/segunda-parcela-do-decimo-terceiro-deve-injetar-r-106-bi-na-economia