25/10/2023 - Notícia - Profissional
liberal terá alíquota diferenciada na reforma tributária
Fundo de Desenvolvimento Regional aumentará de
valor
Os profissionais liberais terão uma alíquota
diferenciada de impostos na reforma tributária, disse nesta segunda-feira (23)
o relator da proposta no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM). O texto também preverá
um valor para o Fundo de Desenvolvimento Regional (FDR) maior que os R$ 40
bilhões aprovados pela Câmara dos Deputados, informação confirmada
posteriormente pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Eduardo Braga pretende entregar o relatório da
proposta de emenda à Constituição (PEC) até esta terça-feira (24) à noite. Ele
se reuniu com Haddad nesta manhã para acertar os detalhes finais do parecer.
Segundo o senador, a alíquota específica para os
serviços prestados pelos profissionais liberais, como médicos, advogados,
contadores, engenheiros, dentistas, arquitetos e outros, ainda não foi
decidida. Ele informou ter apresentado uma contraproposta a uma sugestão da
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), com um valor intermediário para a
alíquota.
“Tem aqueles profissionais [liberais] que estão
no Simples [Nacional] e aqueles que estão acima do [limite de faturamento do]
Simples. A carga tributária aprovada pelo texto da Câmara aumentava o tributo
sobremaneira para esses profissionais [que faturam mais que o Simples]. É
aquele ditado: nem tanto, nem tão pouco”, disse.
Regime especial para micro e pequenas empresas,
o Simples prevê alíquotas especiais para microempresas que faturem até R$ 360
mil por ano e para pequenas empresas, que faturem até R$ 4,8 milhões por ano.
Fundo de Desenvolvimento
Tanto Braga quanto Haddad confirmaram que o
Fundo de Desenvolvimento Regional (FDR), que compensará estados que perderão
incentivos fiscais após a reforma tributária, aumentará, mas nenhum dos dois
citou valores. A Câmara aprovou R$ 40 bilhões, mas diversos estados pedem um
orçamento de R$ 75 bilhões a R$ 80 bilhões.
“Nós vamos ampliar um pouco, num patamar
suficiente para atender o pleito”, disse Haddad, ao deixar o prédio da Fazenda
durante a tarde para se reunir com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco
(PSD-MG). Segundo Braga, o valor subirá para diminuir a concentração do
desenvolvimento econômico em poucas regiões do país. “Quanto mais robusto [o
FDR], mais robusta será a política de desconcentração da economia.”
O relator confirmou ainda que vai inserir uma
Contribuição sobre Intervenção no Domínio Econômico (Cide) para bens produzidos
fora da Zona Franca de Manaus para manter as vantagens fiscais da região
produtora.
Revisão periódica
Braga disse que proporá uma revisão dos regimes
diferenciados (setores com benefícios especiais) na reforma tributária a cada
cinco anos. Entre esses regimes, informou, estarão os de bens de capital
(máquinas e equipamentos usados na produção) e saneamento básico. “Este é um
importante sinal para o mercado e a nação brasileira, uma análise do
custo-benefício.”
Em relação a uma trava para a carga tributária,
limite máximo para o peso dos tributos na economia, Braga informou que o valor
não será fixo, mas calculado com base em uma fórmula matemática móvel. “É uma
equação, que representa o período anterior à implantação [da reforma] e durante
a implantação que vai aferindo a carga tributária”, explicou. “Ela vai
auferindo e apontando o tamanho da carga tributária. Se exceder no ano
subsequente, há correção da alíquota [para baixo].”
Datas
Braga conversou nesta segunda-feira com o
relator da reforma tributária na Câmara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). Se
o parecer for protocolado nesta terça, será lido na quarta-feira (25) na
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. De acordo com o senador,
caso esses prazos sejam cumpridos, será possível votar a reforma tributária na
CCJ até 7 de novembro.
Após a aprovação no plenário do Senado, a
reforma tributária terá de voltar à Câmara dos Deputados para uma nova votação.
Isso ocorrerá porque o texto, diferentemente das demais PECs, não será fatiado
e será reenviado na íntegra para os deputados. À tarde, o ministro de Relações
Institucionais, Alexandre Padilha, e líderes partidários reuniram-se com Haddad
no ministério. Padilha confirmou que quer que a Câmara vote a reforma
tributária até o fim do ano.
A PEC da Reforma Tributária foi aprovada pela
Câmara dos Deputados em julho e sofrerá mudanças no Senado. Braga afirmou que
vai conversar ainda nesta segunda-feira sobre as alterações com o relator do
texto da Câmara, Aguinaldo Ribeiro. Mantida a expectativa de protocolar o
relatório na terça-feira, o senador afirma que deve ler o texto no dia seguinte
na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), para que a PEC seja votada na CCJ
até 7 de novembro.
Fonte: Agência Brasil - Publicada em 23.10.2023
(https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2023-10/profissional-liberal-tera-aliquota-diferenciada-na-reforma-tributaria)